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Boletim Amazônia ITC2.0 #02: Publicação de dados detalhados sobre a Covid-19 é gargalo na Amazônia Legal

30 out de 2020, por OKBR

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Nível de abertura dos microdados é menor que média nacional tanto em estados quanto em capitais; veja análise sobre a evolução do desempenho da região no ITC-19 desde o início da pandemia

Na primeira fase do ITC-19, a região da Amazônia Legal manteve seu índice médio de transparência abaixo do nacional; hoje médias estão próximas. 

67% das capitais localizadas na Amazônia Legal não publicam microdados ou publicam variáveis insuficientes, índice maior ao total considerando todas as capitais brasileiras (58%).

Mais da metade dos estados (56%) da Amazônia Legal atualmente não publica microdados, enquanto média nacional é de 37%; falta de atualização baixou pontuação na região.  

Ninguém sabe, ninguém viu: saiba quais são os indicadores que estados e capitais da Amazônia Legal nunca publicaram durante o período da avaliação. 

O 2º Boletim especial sobre a Amazônia do Índice de Transparência da Covid-19 trás uma análise sobre a evolução da transparência dos nove estados e capitais da região, desde o início da pandemia no país . A série é realizada pela a Open Knowledge Brasil (OKBR) e tem apoio da Hivos, por meio de sua iniciativa Todos os Olhos na Amazônia.

Na primeira fase das avaliações,  ocorridas entre abril e junho, o Índice encontrou um cenário de opacidade, que também se manifestava nos estados da Amazônia Legal: cinco dos nove estados eram considerados “opacos”, e as respostas de abertura de dados dos entes eram, em média, mais lentas que as da média geral do país.

Apesar dos avanços observados nos quatro meses iniciais de medição, dois estados da região ainda apresentavam dados insuficientes na última avaliação do ITC-19 1.0

A RÉGUA SUBIU

Em sua segunda versão, de junho a outubro, o ITC-19 passou a considerar mais critérios, incluindo indicadores relacionados a acesso e qualidade dos dados e maior detalhamento quanto a casos, dados demográficos e informações sobre a infraestrutura dos entes. Além dos estados, a transparência das capitais também passou a ser avaliada.

ESTADOS NA SEGUNDA FASE
Amazônia e Rondônia se tornaram destaque ao atingirem a pontuação máxima monitorada pelo índice. Roraima, chegou a ser o estado com a menor pontuação da região, alcançou as primeiras posições do ranking ao divulgar microdados e aprimorar seu painel de visualização. Em contraste, o Acre manteve um nível alto de transparência desde a segunda avaliação, mas perdeu muitos pontos por deixar de atualizar sua base de microdados.


A VEZ DAS CAPITAIS NO ITC-19

Em sua segunda fase, o ITC passou a observar também a transparência das capitais. Na primeira avaliação, 58% não apresentavam informações suficientes para o acompanhamento da evolução da pandemia. Nas Capitais da Amazônia Legal, eram 78%. Com quatro meses de avaliação, a maior parte das capitais da região (67%) ainda apresenta níveis insuficientes de transparência. Apesar disso, Macapá e Manaus lideram índice, desde o final de agosto.


DISPONIBILIDADE DE MICRODADOS NAS CAPITAIS
Apenas seis das 26 capitais brasileiras publicam microdados completos, o que representa aproximadamente 23% do total. Metade delas está na Amazônia Legal. Por outro lado, 67% das capitais localizadas na Amazônia Legal não publicam microdados ou publicam variáveis insuficientes, índice maior ao total considerando todas as capitais brasileiras (58%).

A próxima avaliação do Índice de Transparência da Coivd-19 será a 7ª sobre os estados e está prevista para o dia 12 de novembro. E a 3ª edição do Boletim Especial sobre a Amazônia, para a mesma semana.

Downloads:
BOLETIM ESPECIAL | AMAZÔNIA #02
Mais informações no site: transparenciacovid19.ok.org.br