Open Knowledge Internacional publica o Índice Global de Dados Abertos 2015, mapeando o estado dos dados abertos ao redor do mundo

02 dez de 2015, por OKBR

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A Open Knowledge Internacional publicou seu Índice Global de Dados Abertos 2015 (2015 Global Open Data Index), que mostra que enquanto países fora da Europa, dos Estados Unidos e do Canadá tiveram alguns ganhos importantes, o progresso continua lento para a maioria dos governos, que ainda não estão fornecendo informações importantes em formatos acessíveis para serem usados, sem restrições, por seus cidadãos e negócios. No Brasil, a Open Knowledge atua há 4 anos, com seu capítulo formalizado há pouco mais de dois anos.

O Índice Global de Dados Abertos é a colaboração da sociedade civil mapeando o estado dos dados abertos nos países e lugares ao redor do mundo. Com o passar dos anos, temos recebido evidências anedóticas que ele tem sido usado por governos como uma ferramenta para estabelecer suas prioridades de dados abertos e por atores da sociedade civil como um mecanismo de apoio para encorajar governos a melhorarem suas performances liberando conjuntos de dados essenciais.

O Índice faz um ranking dos países com base na disponibilidade e acessibilidade dos dados em 13 categorias essenciais, incluindo gastos governamentais, resultados de eleições, compras públicas e níveis de poluição. Depois de uma consulta pública com indivíduos dentro da comunidade de dados abertos e com importantes organizações da sociedade civil de uma série de setores, expandimos o Índice de 2015 para incluir dados de compras públicas, dados de qualidade da água, posse de terras e dados do clima e removemos cronogramas de transportes devido às dificuldades encontradas quando tentamos comparar dados do sistema de transporte globalmente.

Algumas das mais importantes conclusões do Índice Global de Dados Abertos são as seguintes:

  • Em 2015, o Brasil melhorou sua posição no ranking, passando de 26º para 12º. Alguns novos conjuntos de dados passaram a ser contabilizados, como resultados das eleições, qualidade da água e compras públicas, o que ajudou o país a melhorar na comparação. No entanto, dados de empresas e de códigos postais (CEP) ainda precisam melhorar muito, os últimos ainda não disponíveis seguindo os critérios do levantamento.
  • Na América Latina, estão melhor posicionados Colômbia (4º) e Uruguai (7º). O Uruguai foi o primeiro país a organizar encontros regionais sobre dados abertos, a Abrelatam e Condatos, em 2014, e ano que vem esses eventos ocorrerão na Colômbia. O Brasil ainda não organizou um encontro regional sobre o tema.
  • Taiwan ficou no topo do Índice pela primeira vez este ano, tornando-se o primeiro país não-europeu a se posicionar entre os três primeiros colocados. Não obstante, um progresso significativo ainda tem que ser feito, já que a pontuação geral de Taiwan revela que os dados do país estão 78% abertos, com conjuntos de dados cruciais como gastos governamentais, códigos postais e de propriedade de terras ainda fechados e inacessíveis aos cidadãos.
  • O Reino Unido caiu para o segundo lugar pela primeira vez no ranking deste ano, com uma pontuação total de 76%, abaixo dos 96% do ano passado. A queda deste ano na pontuação deve-se, em grande parte, às definições de conjunto de dados de 2015 em categorias como resultados eleitorais, que exigem dados mais granulares, e a inclusão de dados sobre a qualidade da água e propriedade de terras, ambos fechados no país.
  • Enquanto os primeiros lugares do Índice este ano continuaram sendo dominados por países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), pela primeira vez, três países de fora da organização conseguiram ficar entre os dez primeiros colocados, com Taiwan em primeiro lugar, Colômbia no quarto Uruguai no sétimo.
  • Pelo terceiro ano consecutivo, o conjunto de dados mais aberto globalmente é o de  estatísticas nacionais e os menos abertos são de gastos governamentais, com a Grécia sendo o único país a publicar 100% de dados abertos para gastos de transações governamentais.
  • No geral, enquanto houve uma melhora significativa no número de conjuntos de dados abertos (de 124 para 154), o percentual de conjuntos de dados abertos em todos os países pesquisados caiu de 11% em 2014 para 9% em 2015. Além disso, como o âmbito do Índice aumentou significativamente, examinando 122 em vez de 97 países em de 13 em vez de 10 categorias, está claro que pouco progresso tem sido feito no nível global.

 

Para informações detalhadas e gráficos: http://index.okfn.org/

  • O Índice de Dados Abertos (Open Data Index) é conduzido pela Open Knowledge Internacional em colaboração com uma rede global de especialistas e contribuidores. No processo, membros de organizações públicas e da sociedade civil e especialistas em dados abertos avaliam a disponibilidade e acessibilidade dos conjuntos de dados definidos em lugares ao redor do mundo. Suas submissões são revisadas por pares e verificadas por uma equipe local de especialistas  e revisores de conjuntos de dados e pontos são dados de acordo com as conclusões.
  • O Índice fornece uma avaliação independente da abertura nas seguintes áreas: orçamento governamental, gasto governamental, resultados de eleições, registros de empresas, mapa nacional, estatísticas nacionais, legislação, códigos postais / limites administrativos, emissões de poluentes e compras públicas . Para mais, veja   http://index.okfn.org/dataset/
  • Países e lugares avaliados são: Taiwan, Reino Unido, Dinamarca, Colômbia, Finlândia, Austrália, Uruguai, Estados Unidos, Holanda, Noruega, França, Brasil, Romênia, México, Ilha de Man, Bulgária, Canadá, Espanha, Índia, Itália, República Tcheca, República da Moldávia, República da Coreia, Áustria, Singapura, Alemanha, Islândia, Suécia, Suíça, Chile, Irlanda, Japão, Letônia, Quirguistão, Bélgica, Kosovo, Jamaica, Albânia, Hong Kong, Luxemburgo, Indonésia, Tailândia, Grécia, Israel, Ruanda, Porto Rico, Turquia, Geórgia, Jérsia, Guernesei, Cazaquistão, Eslováquia, Paraguai, África do Sul, Argentina, Portugal, Ucrânia, Senegal, Burquina Faso, Equador, Paquistão, Rússia, Ilhas Cayman, Benin, Nepal, Bermuda, Omã, Costa Rica, República da Macedônia, Estado Plurinacional da Bolívia, Quênia, Santa Lúcia, Dominica, Guatemala, El Salvador, Marrocos, República Dominicana, Filipinas, Camarões, Bahrein, Azerbaijão, Guiana, Trinidade e Tobago, Egito, Tadjiquistão, Tunísia, Qatar, Jordânia , Panamá, Botsuana, República Unida da Tanzânia, Mali, China, Timor-Leste, Kuwait, Togo, Montserrat, Costa do Marfim, Líbano, Emirados Árabes Unidos, Guiné, Níger, Arábia Saudita, Grenada, São Vicente e Granadinas , Aruba, Etiópia, Camboja, Barbados, Bahamas, Iraque, Malásia, Nigéria, Sudão, Ilhas Turcas e Caicos, Antígua e Barbuda, Argélia, República Islâmica do Irã, São Cristóvão e Neves, Líbia, Síria.
  • Para mais ideias sobre o Índice deste ano, por favor veja:  http://index.okfn.org/insights/
  • Para mais informações sobre como os lugares foram avaliados, por favor veja a seção de metodologia do site do Índice: http://index.okfn.org/methodology/
  • Mesmo que tenhamos recebido submissões em 2013, 2014 e 2015 de lugares que podem não ser oficialmente reconhecidos como países independentes, incluímos estes lugares como se fossem submissões completas e acuradas. Portanto, o Índice Global de Dados Abertos 2015 classifica ‘Lugares’ e não ‘Países’.
  • Dados Abertos são informações que podem ser livremente utilizadas, reutilizadas e compartilhadas por qualquer um, em qualquer lugar, para qualquer propósito. Dados verdadeiramente abertos requerem uma variedade tanto de habilidades técnicas e legais que asseguram que qualquer um pode reutilizá-los livremente, para máximo benefício, e o Índice Global de Dados Abertos avalia tudo isso. A  Definição de Aberto (Open Definition)  estabelece os princípios que definem “abertura” em relação a dados e conteúdo: http://opendefinition.org/od/2.0/pt-br
  • A Open Knowledge Internacional (OKI), fundada em 2004, é uma rede mundial rede mundial de pessoas que são apaixonadas pela abertura, usando advocacy, tecnologia e treinamento para desbloquear informações e transformá-las em conhecimento e mudança. O nosso objetivo é dar a todos o poder de utilizar informações e ideias para sempre.

A Open Knowledge Brasil, fundada no final de 2013, é uma organização nacional apartidária, sem fins lucrativos, que utiliza e desenvolve ferramentas cívicas, faz análises de políticas públicas, trabalha com jornalismo de dados e promove o conhecimento livre para tornar a relação entre entre governo e sociedade mais transparente e para que haja uma participação política mais efetiva e aberta. Representa a Open Knowledge Internacional no país.